A palavra amor é um caminho
Tortuoso para línguas cansadas
É som que se conhece muito bem
Como o contrário da morte
O caminho da palavra amor
Termina nos olhos de quem escuta
É como letra cuspida por muitas bocas
Como sufocar em orgasmo
Por muitas vozes trafega a palavra amor
Transita entre dentes, alvos, opacos
E mergulha em saliva, entre o palato e a dor
Este poema foi inspirado no livro “O contrário da morte”, de Roberto Saviano
10 comentários:
Excepcional, Barone! Já havia lido esse lá no escrevinhamentos. Cheio de imagens fortes! Muito bom.
É Barone, gostei de reler esse poema. Valeu! beijo
Bom, Barone, bacana. Falar de amor na poesia é desafiador. Se é tortuoso para as línguas cansadas, é por demais voluntário entre as línguas dispostas.
O contrário da morte? Penso antes que seja amigo dela, e, na mesma medida, contrário à vida também.
Tema desafiador(2)!
Um desafio em termos de representação, não só pela pegada abstrata, conceitual, mas pela continuidade com que se paresenta feeling até para os mais cerebrais.
Muito bem usufruído em seu poema.
Sem querer, cantarolei:
"um sabor de vida e morte
coração americano
com sabor de vidro e corte"
Excelente poema, Barone!
Muito bom. Me agrado.
beleza!!!
Excelente descrição do que não existe e se vomita à toda hora...
muito bom !
( “O amor é apenas uma armadilha da natureza para garantir a perpetuação da espécie”. - Arthur Schopenhauer)
confirmou-o ?
Muito obrigado, pessoal.
Belíssimo! O meu preferido dos seus.
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