sábado, 20 de março de 2010

monólogo

a escuridão
repetida nos espelhos
do quarto

a solidão profunda imersa
na ausência de cura

arrasto lentamente
o corpo
entre os móveis indiferentes

apagou - se a luz
primeiro os vultos
espectros

a contínua e densa neblina

o tempo
encerrado
enclausurado
engaiolado

prisioneiro deste campo de sensações
sentidos
na redução imposta pelas trevas.

5 comentários:

tenorio disse...

que poema bom para os sentidos, gostei muito de: arrasto lentamente
o corpo entre os móveis indiferentes.

Adriana Godoy disse...

gostei muito. identificação imediata. beijo.

Anônimo disse...

é... um dia ainda escrevo assim...

Leo Curcino disse...

e o tempo, engaiolado, não passa?

Flá Perez (BláBlá) disse...

adorei esses móveis indiferentes!!!!