quarta-feira, 10 de março de 2010

DE(S)AMOR


Pablo Picasso



DE(S)AMOR


Nenhum arrulhar seria canção
Nenhum olhar seria para você me amar
Nenhum ruído faria encantar
Estaria eu a cair dos beirais
Não voaria a buscar
Meus braços voariam a você
Engulo soluços desse Desamor
A céu aberto
Ah! Rouxinol!
Decretaste o fim das minhas asas
E me sinto em nadas
Um quieto passarinho
Num telhado quente
Solvente que me dilui
A um último triste sol
A um vão do pensamento
De saudade...


Cíntia Thomé

2008







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13 comentários:

Adriana Godoy disse...

Bonito, um modo singular de vivenciar o desamor. Bj

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Belíssimo... o vazio do (des)cativar...

Lírica disse...

Desamor de ex amor. Raro que hoje ame assim a deixar-se diluir num luto singular.
Belo e triste. Comovente.

Assis de Mello disse...

Que belezinha de poema, Cíntia !!! Vontade de pegar esse passarinho na mão, dar-lhe água e colocá-lo na sombra de uma árvore até que ele volte a cantar.
Beijão do Chico

Unknown disse...

belo. e da-lha desamor!

Cria disse...

Vim te ler ... Belas temáticas por aqui. Obrigada por me visitar e seguir. Beijo.

Flá Perez (BláBlá) disse...

que bonito isso: decretaste o fim de minhas asas.

L. Rafael Nolli disse...

Cíntia, belo poema!

Benny Franklin disse...

Muito bom! Bjs.

Barone disse...

"Decretaste o fim das minhas asas
E me sinto em nadas
Um quieto passarinho
Num telhado quente"

VERA PINHEIRO disse...

Cintia, maravilhosa! Engolir soluços de desamor é o que há!

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

Obrigado a todos...
mas desamor é terrível mesmo...

qdo sentimos um desconhecido diante da gente...

Joe_Brazuca disse...

tudo se encaixa perfeitamente...até esse (des)amor...

formidável !

bj