domingo, 28 de fevereiro de 2010

Escrito nos trilhos



À canhota


A solidão como companheira.

Amizade entre pedra e gente.

Saudade de coisa inexistente.

Caminhar plantando bananeira.


Dolorido de tomar remédio.

Alimentação à base de vento.

Parado mesmo em movimento.

Felicíssimo no maior tédio.


Bêbado de não tomar cerveja.

Triste sem causa com a vida.

Ficar toda nua estando vestida.

Comer o bolo e não a cereja.


Nada é tudo o que parece ser.

Tudo é nada comparado a viver.

7 comentários:

L. Rafael Nolli disse...

Felipe, acertou em cheio nesse poema! Muito bacana!

Adriana Godoy disse...

Li lá e reli aqui. Excelente e belo poema. Bj

Barone disse...

Interessante construção.

Renata de Aragão Lopes disse...

Também o li e reli
algumas vezes.

Excelente desfecho:
"tudo é nada
comparado a viver".

Beijo, Felipe!

BAR DO BARDO disse...

Nasce um sonetista!...

Joe_Brazuca disse...

Felipe, acertou em cheio nesse poema! Muito bacana!(2)

Leo Curcino disse...

e seria um soneto? me pareceu um tanto quanto desanimado e desgostoso de viver o caos.