quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Nos olhos da meretriz...

A alma dela é um caixão
Bacanal de vermes
Necrochorume escorre ao rosto
Expondo ao mundo sua podridão

A curvatura de suas pernas
para o ópio do homem é residência
Elevando o flácido ao rígido
Testosterona em evidência

“- Mais uma rodada, pago pra quem quiser!"
Grita o tio pançudo aos clientes da zona
Lá vem um natunobilis na garrafa de chivas
Assim como necrose em forma de mulher

Tomo a ultima cerveja da consumação
Superfaturada !
Avessa ao sexo ali praticado
Uma lata por cincão !?

Quanto vale a liberdade ?
Naquele instante
o tio pançudo oferece à puta :
"- O livre arbítrio por duzentão ?"

18 comentários:

Carol Mioni disse...

A liberdade as vezes não é escolhida. Mais valem as amarras da servidão... Adorei!

Renata de Aragão Lopes disse...

Tema áspero.

Um adendo apenas,
bem feminino:
só há essa
"necrose em forma de mulher",
porque há
vermes em forma de homens.

Um abraço, Tomaz!

Unknown disse...

Carol, muito prazer
Adorei sua parcipação aqui! Volte mais vezes e conheça o http://infernolirico.blogspot.com

Renata
O adendo feminino citado faz sentido, sem dúvida. Mas não credito somente a questão homem x mulher esta necrose recheada de vermes, e sim ao comportamento do ser humano própriamente dito, ganancioso e com tendências imperialistas por natureza.
Com relação a teu abraço, respondo-te com outro ;)

Juliana Matos. disse...

Liberdade em si, para si, para todos; gênio, comportamento do ser (motivo de espanto)..

Acredito que retirei de tuas palavras bem estas que afirmei logo acima, a liberdade do ser humano que já ultrapassa os limites de seu próprio reconhecimento e se torna vulnerável a outro tipo de "liberdade"!!

Assis de Mello disse...

Instigante poema, Tomaz !!! Gostei demais. Agora falo como zoólogo: prostituição (sexo por dinheiro = sexo por recursos vitais) é comum entre os animais, desde nossos parentes bem longíncuos (insetos e outros mais longíncuos ainda). É muito comum, assim como a cafetinagem, o parasitismo, o oportunismo, etc. Tudo isso é muito natural lá "naquele reino".
A moralidade é humana, com origens mais antigas que na espécie humana (outros primatas tb têm, de forma mais rudimentar). A atribuição de valores conceituais e o preconceito também é nosso.
A Renata chiou porque tem senso crítico (que também é nosso). Não podemos nos livrar do fardo da moralidade porque, se ela é pesada, ela também atua como mecanismo de coesão grupal (nas tribos, nas associações, nos grupos religiosos, entre indivíduos do mesmo sexo- isso é terrível- etc etc). Portanto, vamos converter essa nossa carga de atavismo em poesia. Acho que é tudo o que podemos fazer.
É complicado ser humano...

byTONHO disse...



por um MERETRIZ escapei dela...


Abraços!

BAR DO BARDO disse...

Força de sempre - e sem direito a relatório de impacto!

EVOÉ!

Unknown disse...

Tinha que ser seu esse poema, Tomaz!

Forte, belo e cheio de verdades nuas.

Muito bom!

Beijos

Mirse

diario da Fafi disse...

Quanto vale a liberdade?
Quanto vale a liberdade?

L. Rafael Nolli disse...

Uma porrada!

TON disse...

Puro Kerouac, dá prá sentir o cheiro do Jack Daniel's.

Como disse o Nolli: "uma porrada!"

Ton

Tomaz disse...

Pessoal, fico muito feliz ao ler os comentários de vocês. Muito da hora toda esta interação entre porrada, jack daniels, música do Cólera, trocadilho sem direito a relatório de de impacto, análise de cunho biologico e interpretação da liberdade.

Os comentários foram além do poema, já valeu meu dia ler isso daqui...

Grande abraço a todos

Barone disse...

Bukowskiano.

Joe_Brazuca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Joe_Brazuca disse...

Putz !...

haja jack daniels...


bom pacas !

C. disse...

Fuderoso.

Felipe Costa Marques disse...

sem comentários...

Unknown disse...

Oq seria de Maria?