A palavra é para explicar a ideia de uma letra.
No carbono mora a possibilidade da palavra brancoo.
Casa não é asa só por causa de uma letra!
A ideia de uma palavra obriga-nos à construção do seu uso.
Não é palavra um punhado de ideia.
Não é ideia um punhado de palavra.
A palavra mora em uma casa
Onde a possibilidade de uma letra é asa:
Para revelar o que foi gerado, não no carbono,
Mas naquilo que está em
branco.
Onde, em uma palavra possível, foi gerado o seu potencial de organismo?
8 comentários:
Fiquei meio confusa, mas deu pra ver que o negócio é sério. Vou ler de novo, pra ver se entendo melhor. Bj
Tenório, que lindeza de poema! Uma homenagem à sutileza das letras. Amei! Um abraço.
Me deu um nó! Amei =]
Tenório, muito bom esse poema, especulativo, intrigante - criou de imediato uma série de questões na minha cabeça sobre a criação poética, sobre o mundo das palavras.
Com certeza as palavras estão vivas, se movendo, se modificando - o poema é daqueles que só um poeta inquieto pode escrever: e isso é muito bom! Abraços.
Bravo, Tenório!
Talvez seja bem mais
que uma explicação do poema.
Parece que buscou
a gênese da palavra.
E que tema
mais intrigante,
como disse o colega Nolli!
Fiquei a refletir
sobre o verso:
"A ideia de uma palavra
obriga-nos à construção
do seu uso."
Inovador, pois o óbvio
seria o inverso.
Parabéns pela originalidade!
Um abração!
PS: ainda não visitei sua prosa
única e exclusivamente
por falta de tempo. : )
Tenório, adorei a resposta sua ao meu texto, o
http://manazinabre.blogspot.com/2009/12/13-queridos-bandidos.html
agradeço por ter comentado e acho que todos deveriam pôs esse texto em debate.
Meu caro, vi afinidades nossas com o seu texto e seu blog: por exemplo a máxima que é minha antiga já: inventar é aumentar o repertório de mundo, é fazer política, é lembrar que caos é regra e que ordenar o caos é só um jeito de ordenar, e não a verdade.
adorei a conversa. e quero seu email pra irmos trocando, ou que abramos uma conversa pública pra que como propusemos, o debate seja ampliado.
só tenho uma decepção pra ti: vi a ana paula maia num debate, como gente ela é uma anta. de erro de português (vincular por veícula e vice-versa) a uma postura moral super retrógrada, é uma velha do séc XIX numa roupagem de morenaça XXI. Terrível.
e vamos trocando, quanto à autopoiese:
esse seu poema é impressionantemente inteligente. no sentido mesmo de fazer interligâncias, conexões. a ideia de organismo na palavra, a ideia de usos forjados da reflexão da existência da palavra, é vai uma conversa longa pensarmos nisso.
ótimo!
Bacana, Tenório. O questionamento do fim é legal, e a narrativa de imagens que se forma na segunda estrofe é bonita. É um joguete muito bem montado.
Acho a primeira estrofe meio travadona. Os versos soam como dogmas isolados, talvez só pela fluência na pontuação. Mas isso é besteira, já que a coisa se amarra no fluxo semântico.
As asas criaram casas
voaram por aí
moram nuvens nelas, que
coam o cinza pela ordem do branco
e perpetuam a Lei da Possibilidade
Um abraço!
primeiro veio o som (antes mesmo do "fiat lux", que ja era som e palavra, e portanto, aconteceu antes...)
depois a palavra
palavra é som
a escrita é grafismo
sem som e grafia, a palavra
é armadilha, pois indefine...
contudo as coisas ainda persistem em existir, mesmo sem ela...
muito legal seu microcósmo "signalfabético"...
abraço Tenório
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