quinta-feira, 10 de setembro de 2009

IMAGINÁRIA






IMAGINÁRIA

Não há de esmorecer a rosa
Que curva sonolenta e acata
Destino dos ruins, malevolência
Com o ímpeto de chegar a mão
Do cavaleiro elegante errante
Não há de vir
Olhar a florescência minguando
Despencando suas asas pétalas
Esfarfalhada a farfalhar em choro
Há sim de chegar o dia do arrebatamento
De ouvir as sinetas ao longe
No minuto de silêncio e consentimento
Servir-se da beleza enfeitada
E ouvir o anuir na manhã
Escaldada, perfumada, radiante
Cheirar o lírio da negra lapela
E deixar cair em botão
A rosa She de Charles Aznavour
Que escarmenta e delira
Presença do carecido beijo derradeiro
Sem que machuque a tez
Cansada, fatigada quase apétala
Maquiada pelo sorriso, redesenhada
Da comparecência, chegada
O cavaleiro dos tempos longínquos
Sem armaduras e sisuda face
Tocando suave mão
Nas cordas da lira dos anjos
Anunciando tempos libertos
sem balelas e sequelas
Apresentando-se em querência
em pelo nu
Sem malícias aparvalhadas
Sem cruel ato de ir-se
arrastando aroma
De morta flor, abate
imaginária princesa
uma angema




cintia thome


*Há uma Rosa com nome "Charles Aznavour" em homenagem ao cantor frances.

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5 comentários:

Adriana Godoy disse...

Belíssimo poema e essa referência a SHE de Charles Aznavour só o faz mais belo. Parabéns.

Adriana Riess Karnal disse...

Uma rosa não é apenas uma rosa...tem todos os sentidos aqui, Cíntia

L. Rafael Nolli disse...

Um belo poema, com certeza! Gostoso de se ler!

Leonardo Schabbach disse...

Quase não comento por aqui, mas sempre entro para dar uma olhada. É um projeto bem legal mesmo, e vocês publicam uns poemas muito bons. Parabéns.

Bazar Baú de Presentes disse...

Oi, passei para conhecer mais sobre seu blog, falou?, bom final de semana.

Ah, espero a sua visita, você verá a forte expressão Cultural de Cachoeira e São Félix-Ba.