sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Assalto

outro dia
fui assaltado

sobressalto na rua
bandido pra todo lado

sub uzi no peito
aberto e acelerado

levaram dinheiro
cartões e documentos

abracei minha mulher
o carro saiu varado

os dois ali
parados

fui chamado de coroa
na boa

fiquei bolado
mas não há de ser nada

pensei
sou vacinado

vivo no rio
já vi de tudo

sou do ramo
tô liberado

atiro palavras
disparo teclado

não fode mané como é que é que esse corpo continua fechado?

10 comentários:

BAR DO BARDO disse...

tião, vc disse, ficou bolado, bem bolado!

gostei!

rogerio santos disse...

boa tião !
abraços...

Anônimo disse...

putz, tião:
3X4, preto&branco, cru e verdadeiro.
como se não bastasse muito lírico e de bom humor!
o dia começou legal com teu poema,
apesar da realidade cotidiana que o perpassa (ou por isso mesmo).
abçs

Adriana Godoy disse...

Bom demais!!

Felipe Costa Marques disse...

cinematográfico!
tragicomico!
Um pequeno panfletário!

boa tião!

Barone disse...

"atiro palavras
disparo teclado"

Renata de Aragão Lopes disse...

Ai, Tião...
Só lamento imaginar
que isso é fato, realmente, ocorrido!
Também já fui assaltada no Rio
e, para não surtar,
saí, igualmente, atirando palavras
no teclado! (risos)

Gostei demais!
Beijo.

Tião Martins disse...

Amigos, o fato é verdade verdadeira e, de fato, quase virei peneira.

Mas o importante é que estamos aqui vivos e juntos. Obrigado pela preocupação! Abraços a todos!

Sidnei Olivio disse...

Realidade nua e crua. Do susto, um belo poema. Abraço.

tenório disse...

Despudorado, inventivo, cinematográfico. Brilhante, Tião!!