segunda-feira, 24 de agosto de 2009




Vento


Peguei o lampião, auscultei a alma.

Marido dormia no sofá quando o vento veio.

Perfume de homem, com canela.

Entrou pelas narinas, percorreu o ventre.

Abri porta, pernas, montei no seu cavalo de cheiros, me perdi.

Quando voltei, marido se acordou.

- Você está diferente.

- Bestagem. Dorme.

No meio das pernas latejava, borboleta negra da lembrança.
****

14 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Cara Helena,

que versos são esses?
Fortes!
Intrigantes.

Um beijo.

BAR DO BARDO disse...

Lirismo à flor d'alma feminina...

Joe_Brazuca disse...

Maravilha, Helena !

é assim que se sente
é assim qeu se diz como sente...

bj

Joe

L. Rafael Nolli disse...

Helena, surpreendente! Um belo poema.

Hercília Fernandes disse...

Bom demais, Helena. Desses que fazem arrepiar a pele, a alma e "tudos"... como diz a me-Nina Ri-se.

Amei imensamente!

Beijos :)
H.F.

Adriana Godoy disse...

Amei...muito surpreendente mesmo. bj

Adriana Riess Karnal disse...

é, a crisálida dá borboleta...se trans-forma

rogerio santos disse...

muito bom !

Assis de Mello disse...

Taí um poema desses que caem na pele como parafina derretida.
Sensual, libertário e bem escrito. Amei.
Chico

Audemir Leuzinger disse...

melhor impossivel!

Helena disse...

Obrigada Renata, Bardo, Brazuca, Nolli, Hercilia, as duas Adrianas, Rogerio, Chico e Audemir pelos elogios a esta paixão inusitada.
Valeu!

abração,
Helena

arash gitzcam disse...

Êita! Ventania, sô!

Barone disse...

Excelente poema Helena.

"Abri porta, pernas, montei no seu cavalo de cheiros, me perdi."

Iriene Borges disse...

Erotismo natural e elegante.