Mas é quando anoitece em mim
que eu liberto meus mistérios,
engulo os sapos, as lagartixas
regurgito as luas e os sagitários
salpico de estrelas meu corpo gélido.
Quando anoitece em mim
Meu coração pula como um louco
Tropeça, engasga
Desdiz e se desmancha
Quase sempre por tão pouco.
É quando mais me avisto
Minha máscara se desgasta
Mais em nuvem me desfaço
Mais da sua pele me deslumbro
Mais corro para o seu laço.
Em algum lugar anoitece,
Anoitece no Japão
Na Tunísia e no Paquistão.
E quando anoitece em mim,
essa noite me arrebata
Eu minto, me despeço, fujo, finjo, me cubro
quanto mais você se mostra.
3 comentários:
Uma noite e tanto, Daisy!
Bonita a noite que anoitece mem você, Daisy, gostei do poema.
Uma noite com pele «Mais da sua pele me deslumbro», merecido deslumbramento: uma conversa versada a despertar poesia, na noite…
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