ao biólogo e poeta (Chico) Assis Mello
o peixe nada
as águas
entre eiras & beiras
afunda & emerge
as águas
               fundas turvas frias
do seu mundo liquefeito
do seu elementum
do seu habitat
& vício
um peixe feito
um míssil
        um signo
                um mito
nada
entre algas & alvas
sombras reticentes
um peixe sobrevivente
(objeto de estudo) – um peixe
de água & osso
um peixe mudo: um ente mutável
suplantando a lama
a lida
o lodo
mais liso que o limo o peixe
se esvai: simétrico
quase lúcido
(quase lúdico – o peixe no aquário!)
rasgando o leito feito
gumes de uma lâmina
de escamas
um peixe cheio de gana
que se seduz
       se reproduz
& debrota
na biologia muda
onde o peixe
brota – (o verbo
úmido que se torna
poesia!)
Meu novo blog: http://concretosabstratos.blogspot.com
5 comentários:
Sidnei, adorei forma & conteúdo. Lembrou-me Ronaldo Werneck; lembrou-me Chacal até.
Estarei em seu blog.
Abraço!
Poema que é grande como o homenageado. De prima, Sidnei!
Grande Sidnei,
Poxa, compadre, muito obrigado por dedicar-me esse ichthyo-poema. Estou passando uns dias em Viçosa, MG, examinando genitálias femininas de grilos (sei que você não me julgará psicopata), só vi o poema agora.
Dá uma olhadinha no texto... quando você utiliza "&", aqui aparece umas letras a mais... Q que será que é isso ?
Um forte abraço,
Chico
Priscila e Benny: obrigado pelos comentários.
Chico, meu mestre, ora direi: ouvir o cricrilar dos grilos, rsss
Quanto ao texto, usei o "e" comercial (&) e no meu computador aparece normal. Sinto por isso.
Abraço e bom trabalho com os ensiferas.
Sidnei
Ops, ensifera! (o "s" foi de atrevido, rss)
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