terça-feira, 21 de julho de 2009

O avesso

Querem a paz desalentada em vez do meu desassossego vivaz,
A coerência vantajosa no lugar das contradições sinceras,
O silêncio comedido no espaço de indagações discordantes,
O raciocínio lógico substituto da emoção intensa,
O riso falso adulterando lágrimas sem disfarce.

Eu quero o que inteiramente sou.
Sem julgamento, discriminação,
Cobrança, exigências,
Incompreensão.

Mas é difícil, a todos, amar o que posso ser
No infinito das minhas inconveniências.
Então, me resulto só e sem explicações a dar.

O avesso de mim é a essência que não é aceita
E que, talvez, seja o belo que ninguém ainda descobriu.

Vera Pinheiro

5 comentários:

Sandra disse...

Meu amigo!
Tem um presente muito especial na Cruriosa e no Blog Uma interação de amigos. Passe lá e pegue. Principalmente o seu chapeu de seguidor.
com muito carinho
Sandra

BAR DO BARDO disse...

Olá, Vera!

Lembrou-me da oração do Chiquinho de Assis.

Gostei do texto!


- Henrique Pimenta

Benny Franklin disse...

Grande poema!

VERA PINHEIRO disse...

Amados Henrique e Benny, obrigada de coração. Meu carinho para vocês.

Renata de Aragão Lopes disse...

É tão bom falar do avesso!
Lugar que até nós pouco conhecemos.
Um beijo, Vera!