devo resgatar o gato
na área dos vizinhos
a noite é fria
o muro é alto
a escada é curta
e a vida, lembro só agora
também
miado de socorro
minha cachorra late
meu coração bate:
hoje eu morro
ou de queda
ou de infarte
chego ao cúmulo da altura
a realidade é dura:
já não sou quem eu era antes
hoje seria melhor desistir
mas o filho da puta
do gato
precisa de mim
vamos até o fim...
um salto!
cinco dores...
um assalto!
calma vizinho...
sou eu, resgatando o gatinho...
que susto, seu tião...
o senhor não tem mais idade pra isso não...
diga isso a esse gato
que tem sete vidas
e nenhuma noção
eu sou apenas uma pobre alma
em busca da salvação
enquanto o bichano faz arte
eu faço é musculação.
9 comentários:
Que delícia de poema. A gente lê e se vê na situação. Ótimo. Adorei.
Antes de chegar ao meio, já sabia ser seu, Tião!
Ritmo e bom humor inconfundíveis!
Desta vez, praticamente um poema-vídeo: o desenvolvimento de uma situação do começo ao fim. Também adorei.
"Prazeirosa" leitura. Contorno lúdico para um cotidiano real. Muito bom, mesmo!
Sensacional, texto muito bem escrito e bem humorado. Valeu a visita no site.
Muito bão, Tião! Fez um sucesso aqui em casa!
Obrigado amigos. A história é verdadeira e, a quem interessar possa, informo que todos os personagens passam bem. Inclusive o muro...
muito legal mesmo! o gato...mostrou que está muito em forma!...mais sete vidas pra você...benção do gato! bjo
taniamariza
Gostei tanto que
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surrupiei!
Ivana, pode surrupiar. Só não me suma com o gato... rsrsrssrrsr
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