quinta-feira, 21 de maio de 2009

Tese

Eclode
Tempo de mim, do outro

Ponto
Reta sem plano
Plano quase sem fim

Escritas redesenhadas
forma se deu
Conteúdo forma se tinha

Convergências
O ponto

Tese acaba
Começa
Começo de mim,do outro

Ponto no universo
Uma ínfima linguagem

4 comentários:

Adriana Riess Karnal disse...

gostei muito das tuas linhas acabadas em tese.

FC disse...

“Tese” é, em tese, a defesa duma tese sobre o poema a escrever-se e ver-se como poema. Dar atenção à sua tese e escrever sobre ela, é, indo ao seu encontro, procurar a poesia do poema procurando como ela (de)seja… Seja, é um desafio, um garantido prazer para quem o aceite e siga. Siga:
Desde o momento inicial o poema é um lugar de encontro (entre eu e o “outro” que o próprio é e são outros os leitores), é escrito com e para um leitor. Isto acontece num plano temporal, o da leitura, onde o poema começa – na escrita. A geometria descritiva deste passo é, toda ela, geométrica, uma segunda estrofe do poema.
A terceira estrofe é talvez a mais difícil e uma das mais interessantes, é para ler e dar, ter, procurar e receber, leitura! Cada um deve procurar desde o seu verso inicial «Escritas redesenhadas».
A quarta estrofe é perfeita, o ponto de encontro, o final absoluto, a sublime geometria deste poema que aponta «O ponto» como lugar de todas as «Convergências». O/ ponto/ onde/ (o)/ poema/ é escrito/ a escrita/ (umbigo do mundo) – escrevo manifestando a manifesta presença da poesia na Poesia do poema!

A ESCRITA

O
ponto
onde
(o)
poema
é escrito
a escrita
(umbigo do mundo)

A quinta estrofe é a tese e a sexta é a sua antítese, muito mais que isso… «Uma ínfima linguagem». Só este verso é um poema, Parabéns!

Beatriz disse...

Em tese, um belo poema

Benny Franklin disse...

Poema de prima!