Dose dupla de beijos e sexo,
Tudo de tirar fôlego e sossego.
Dança de corpos, cabeça em fantasias,
Cigarro antes, culpa depois.
Tragos de promessas e ilusões,
E a alma num vazio de doer.
Brindes ao nada e ao que não pode ser
E ressaca no dia seguinte ao adeus.
Porre ao acaso num encontro idem
E uma certeza de nunca mais.
O gole fez menos estragos
Que a tristeza ao coração.
A dor que não passa no vagar do tempo
É esmagada no fel das lembranças.
Agora não bebo prazeres,
Enganos nem devaneios.
Estou sóbria de mágoas
E abstêmia de desilusões.
Vera Pinheiro
10 comentários:
Pois...
Quantas vezes passamos por uma manha assim...
Bonito o poema. Coerente. Bom o seu blog. Interessante.
Aquele abraco
Acabo de descobrir este blog. Ainda vou me aventurar nele, porém já comecei bem a leitura. Estou contente com o que vi até aqui. Um abraço!
E aos que estiverem em SP, sábado às 19h30 no Bar do Batata (Jardins) haverá o lançamento da coletânea XXI POETAS DE HOJE EM DIA(NTE). Estão convidados!
veraarrebentando a vera:
"...sóbria de mágoas
E abstêmia de desilusões"
isto é poesia,
parabéns!
Boa, Vera!
Poema bacana que mostra de que maneira somos vitimas da culpa diante dos prazeres.
civilzação judaico-cristã criticada com poesia sábia
Francisco, Priscila, Samuca e Bea, recebam meu abraço agradecido e...tim-tim. Um brinde à vida e aos momentos que dão prazer antes, durante e depois.
Ei, senti falta da minha companheira de dia, Cátia Rodrigues. Poeta, onde estás? Beijinhos.
"O gole fez menos estragos
Que a tristeza ao coração."
Que bonito trecho, Vera!
Muito bom, Vera.
Seu poema denuncia, com leveza poética, alguns valores existentes em nossa organização social que causam tristeza e morte.
Parabéns!
Beijos :)
H.F.
Amadas Renata e Hercília, a sensibilidade de vocês engrandece o meu escrito. Beijos agradecidos e carinhosos.
Belo! Belo!
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