No outono solitário
baila a folha
ferrugem, descarnada.
E vem a luz
rasgando a estrada
como revelação de virgem.
A tarde sem dono,
como se não existisse nada,
velou o vôo da vela, da folha,
amarelada.
Vertigem.
Rodopiou o menino
na beira da estrada.
O trem sobiou.
Soprou a folha o vento seco.
Estiagem.
Como o beijo
teve gosto de outono,
o desejo um dia madurou
em primavera.
15 comentários:
Muito intenso!
Ass: Diferente
De lirismo explicitamente implícito. Parabéns. Gostei!!!
- Henrique Pimenta
o desejo um dia madurou em primavera... que delícia de poema, cheio de imagens, lindo.
Admirável a proposta do blog, de fato, "o poema madurou em primavera" é uma bela colheita poética. Gostei dos poemas e do blog. Beijos. Domingos.
"A tarde sem dono,
como se não existisse nada,
velou o vôo da vela, da folha,
amarelada."
"o verdadeiro bardo" rs! um poema encantador !
abç!
Muito bonito!
Também destaco esses versos:
"A tarde sem dono,
como se não existisse nada,
velou o vôo da vela, da folha,
amarelada."
Aliterações e metáforas fantásticas, com um verso remate para se gravar. Excelente, Barone.
Gostei, Barone!
Barone, belíssimo. Bj
Belo poema num lirismo encantador e delicada linguagem poética. Amei ! Um abraço.
Muito bom, Barone.
Além das imagens que chegam a mim como lembranças de épocas distantes, há um clima bucólico e terno.
Muito bonito
Sensacional! Um poema cheio de clima, igual uma estação.
Belas imagens com gosto de Outono, desaguando num desejo… belo enunciado de movimento e sensibilidade!
Que baile de vida genial num sensível concerto de outono, versando e valsando até a primavera... adorei!
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