sexta-feira, 1 de maio de 2009

desisto do brilho dos astros, das cascatas de pedra
do céu etereamente louro.
vou por aí, sem dizer nada, aludindo com os olhos.
desisto de aferir a noite perdida, de procurar as rosas,
ouvir a carne,
de permanecer entre a dor e um abismo.

se vires, meu amor, o silêncio levar a água aos gerânios
será a minha sede morta, ou viva.

mariagomes
2 de Fev.2006


in Isla Negra ( edição de Amélia Pais e Gabriel Impaglione)



7 comentários:

Sidnei Olivio disse...

Impactante, simplesmente impactante!

Guto Leite disse...

Gostei muito do poema, em especial do primeiro verso e do verso "desisto de aferir a noite de perdida", como se a desistência em si perdesse a noite... Muito bonito! Grande abraço

BAR DO BARDO disse...

já disse que sou seu fã????

l. rafael nolli disse...

Profundo e belo!

Assis de Mello disse...

Ah, Maria, não desista do brilho dos astros, das cascatas de pedra
nem do céu etereamente louro.
Belíssimo poema com gerânios verdes com flores de várias cores que sua sede alimentou.

Tenório disse...

Extremamente belo!

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

Um dos que li aqui que me fez lágrima.
Excelente...nem sei dizer.ab

cintia thome