talvez a emoção acabe
quando a gente se acostuma
a ser um do outro
a ser o que somos.
além da alma
sem fórmula mágica
tem que dar dúvida à partida
ter a necessidade da expectativa
sentir a vontade da esperança
esbarrar na probabilidade do desencontro
saborear a gostosura do encanto
agarrar o paladar da surpresa.
uma pitada de tesão
com um bom bocado de frio na espinha
batidos no coração acelerado da presença.
na descoberta de todo dia
o amor permanece
untado com beijos e abraços,
roçadas providenciais e alegria.
a alma arrepia
a gente se emociona
além da pele
além da conta.
mas...
é tão tarde minha nega, enfim, quando tomamos um chá quente de coragem. ao lado de nós dois, apenas o ar transformado em poeira servindo sorrisos. é preciso celebrar a inteligência, sem subestimar a dor dos dentes e dos cotovelos. entendendo, atentos, mesmo quando tristes, há unhas postas - arranham costas, rasgam a carne suada de tesão, sem serenas palavras soltas.
(*) Só em Itabira (a cidade mais mineira de Minas Gerais) a gente encontra um pé de cores pra roubar flores de um pé de cores, pois é preciso dar flores de um pé de cores pra nossos melhores amores.
quando a gente se acostuma
a ser um do outro
a ser o que somos.
além da alma
sem fórmula mágica
tem que dar dúvida à partida
ter a necessidade da expectativa
sentir a vontade da esperança
esbarrar na probabilidade do desencontro
saborear a gostosura do encanto
agarrar o paladar da surpresa.
uma pitada de tesão
com um bom bocado de frio na espinha
batidos no coração acelerado da presença.
na descoberta de todo dia
o amor permanece
untado com beijos e abraços,
roçadas providenciais e alegria.
a alma arrepia
a gente se emociona
além da pele
além da conta.
mas...
é tão tarde minha nega, enfim, quando tomamos um chá quente de coragem. ao lado de nós dois, apenas o ar transformado em poeira servindo sorrisos. é preciso celebrar a inteligência, sem subestimar a dor dos dentes e dos cotovelos. entendendo, atentos, mesmo quando tristes, há unhas postas - arranham costas, rasgam a carne suada de tesão, sem serenas palavras soltas.
(*) Só em Itabira (a cidade mais mineira de Minas Gerais) a gente encontra um pé de cores pra roubar flores de um pé de cores, pois é preciso dar flores de um pé de cores pra nossos melhores amores.
4 comentários:
Sempre inesgotáveis os poemas de amor; esse veio cheio de cor e com ar de mineiridade.
Um pé de quê?
qual é a cor da cor?
Além da pele além da conta.
bacana esse trem desse mineiro.
Cleber, um belíssimo texto, mas prosa em verso, se me permite.
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