domingo, 5 de abril de 2009

I PARTIR/ 1 DESCOBRIR

saber como sabemos o que sentimos
quando isso acontece

e é isto

faz do poema uma arte superior

a qualquer outra querendo

conceber o todo

um sentido se faz sentimento dando

uma achega a chegar

aqui agora I

partir indo para a viagem começada

com uma bagagem recheada

de miragens feitas

olhos abertos sobre cada infinito

que fito no inicio de cada

novo verso feito

com a certeza de ser este ainda

o enunciado mais certo

para anunciar 1

descobrir da descoberta tão certa

como o dois mais dois

de cada um

mais um ainda ser o dois que só

depois será mais dois

o quatro num

equilíbrio capaz de comprovar

à saciedade a sobriedade

da condução tida
(I agora dita acabada 1... completo!)

8 comentários:

Sidnei Olivio disse...

Brilhante!, Francisco. Só alguém tão erudito para descobrir um caminho assim. Completo.

Beatriz disse...

Código linguístico em versos soltos e seguros por lógica livre. .

A Torre Mágica | Pedro Antônio de Oliveira disse...

Este blog é um completo poema!

Parabéns! É tudo muito lindo!

Voltarei sempre!

Um abração!

Pedro Antônio - A TORRE MÁGICA - www.atorremagica.blogspot.com

Victor Meira disse...

Seu quebra-cabeça tem uma beleza matemática, Francisco. Acho interessante.

Entretanto, as quebras dos versos não me convenceram. Ao invés de estabelecerem um ritmo, tive a impressão de que elas partem as idéias de um jeito um pouco grosseiro.

A forma serrilhada do poema é bem bacana, e a defesa que se faz do conflito que se propõe no quarto verso é bem conduzida pelo corpo. De fato, é uma defesa subjetiva, mas cheia de beleza.

Me diz uma coisa: o "I" e o "1" são marcações? Falha minha, não saquei o código.

Um abração, Fransisco.

Francisco Coimbra disse...

Caro Sidnei Olívio,
Destaco essa alegria/energia no comentar, apontando a erudição como caminho para evoluir na leitura duma poesia, procurando-a como totalidade. Completo; obrigado!
Cara Compulsão Diária,
Uma das almas deste blog colectivo! Tentarei ir ao “código linguístico”, levado por uma “lógica livre” :)…
Caro Pedro António,
Gosto em ser eu a receber um comentário que é dedicado a todos, grato pela visita!
Caro Victor Meira,
O comentário recebido presta-se a permitir reflectir sobre a poética presente no poema, não deixarei de aproveitar a ocasião. Começando pelas “quebras dos versos”: é um poema desenvolvido em tercetos sem os destacar do corpo único do poema, talvez relendo obtenha esta leitura:
I PARTIR/ 1 DESCOBRIR
saber como sabemos o que sentimos/ quando isso acontece/ e é isto/
faz do poema uma arte superior/ a qualquer outra querendo/ conceber o todo/
um sentido se faz sentimento dando/ uma achega a chegar/ aqui agora I/

partir indo para a viagem começada/ com uma bagagem recheada/ de miragens feitas/
olhos abertos sobre cada infinito/ que fito no inicio de cada/ novo verso feito/
com a certeza de ser este ainda/ o enunciado mais certo/ para anunciar 1/

descobrir da descoberta tão certa/ como o dois mais dois/ de cada um/
mais um ainda ser o dois que só/ depois será mais dois/ o quatro num/
equilíbrio capaz de comprovar/ à saciedade a sobriedade/ da condução tida

(I agora dita acabada 1... completo!)
O meu obrigado e agradecimento a todos!

Adriana Godoy disse...

Francisco, um poema bem elaborado que encanta pelo ritmo e pela descoberta de sentimentos que se dá ao longo da leitura. Parabéns.

Francisco Coimbra disse...

Cara Adriana Godoy,
Muito bom ter o comentário de quem lê Poesia com poesia mas também procurando e interrogando a arte poética do poema.
Beneficiando da presença da leitura, desenvolvi, aqui:
http://www.sobresites.com/poesia/forum/viewtopic.php?p=34106#34106
Grande abraço!!

mundo azul disse...

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Bem... O seu poema pode nos conduzir por mais de um caminho...
Fica solto para interpretações várias...

Você tem um talento especial com as palavras, Francisco! Gosto de le-lo.

Beijos de luz e o meu carinho!

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