os ventos do meu bairro não conhecem cotidiano
os ventos do meu bairro não conhecem monotonia
pouco conheço de rotina
assim como não conheço muita gente onde moro
mesmo assim
poderia ser o historiador da minha aldeia
esquecer que é um bairro da cidade
assombrando as ruas
como prisioneiro de uma certa morte trágica
que possam lembrar do meu nome
como guardião da memória
e me rebatizem como praça
quando já não for mais de carne
que eu possa de novo sentir a chuva
e o ruído da minha alcunha
acordado ficou que signos são de ar
mutável em gêmeos
fixo em aquário
cardinal em libra
que a brisa atravesse as cartas manuscritas
e que eu possa ser a viração
a viração das três e meia da tarde
7 comentários:
Ah, desse vento que revela a praça , o bairrro e a cidade eu gostei.
E gostei muito
Excelente texto, Audemir.
Sentimentos, linguagem e conteúdos muito bem dispostos em versos. Parabéns por tão bela viração!...
Abraços,
H.F.
"e que eu possa ser a viração
a viração das três e meia da tarde"
muito lindo! como há bons poetas por aqui! Parabéns.
Helena
queridao!!!
estou te devendo um e-mail enorme...enquanto isso vou te espreitando. Como sempre, gostando muito!
parabéns!!
queridao!!!
estou te devendo um e-mail enorme...enquanto isso vou te espreitando. Como sempre, gostando muito!
parabéns!!
Meu velho... que beleza. Gostei muito.
Audemir, sou seu fã desde "linhas que imitam a fala, mapa, mapa
palavras nos pés das páginas, carta
dança de lingua não cessa, beijo, beijo,
amor que não cala, vida!"
Agora continuo e sigo pelos caminhos e curvas de tua escrita tão particular...
"Viração" foi o que li até agora, mas não ouso ler mais pois me fala muito e deixo para te dizer algo ao vivo, cara a cara. Fica melhor assim!
Parabéns companheiro coletivo!!!
Abração,
Fabio
Postar um comentário