quinta-feira, 26 de março de 2009

Quase um mês após uma leitura do Fédon

Se há poema que ultrapasse
o mundo, desconheço.
Não será um poeta, Sócrates,
a sacrificar o galo de Asclépio.
Na minha ou na sua carne,
as palavras brincam
— catábase crua na extensão do corpo —
e de lá não saem.

Subordinada a versos,
encontro uma alma caída.
É para a fraqueza
que se perdem os poetas.

6 comentários:

Joe_Brazuca disse...

Ainda bem que houve a catábase benéfica à cura !
Essa é realmente a uma das funções da poética !
...ao contrário, fortefiquei-me com seus versos !

muito bom !
abraço

Adriana Godoy disse...

A viagem insólita até o labirinto do inferno de nós mesmos, onde as palavras estão presas. Gostei.

Sidnei Olivio disse...

Esse é um poema que gostaria de ter escrito. Excelente, Hugo.

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Quase um mês após uma leitura do Fédon

Quem escreve desta forma, somente uma pessoa com boa cultura, onde pode se sentir neste espaço.
Meus cumprimentos, serei uma seguidora deste Blog,
Efigênia Coutinho

Beatriz disse...

Belo poema.
Excelente mensagem nesses dias de marolinha e racismo presidencial. Todos devemos um galo a Asclépio.
A poesia não tomará cicuta.
Seu poema dói a alma e a idéia assim como, quase né?, o discurso sobre a morte de Sócrates

Benny Franklin disse...

Poesia: é isso!