Ela fechou a porta
A outra dormiu os olhos por um segundo
Ela prometeu não voltar
A outra chorou de amor
Ela deixou seu cheiro
A outra sentiu saudades
Ela deixou um bilhete
A outra não leu
Ela não ligou
A outra herdou o silêncio
Ela foi procurar seu tempo
A outra ficou sem ar
Ela disse que voltaria um dia
A outra acreditou
Ela se entregou para alguém
A outra cobriu o rosto com a palma da mão
Ela dançou seu corpo em outras pernas
A outra se perdeu
Ela sorriu
A outra dormiu para sempre
Ela comprou flores
A outra gelou
Ela foi dizer adeus
A outra não se mexeu
Ela abraçou
A outra não sentiu
Ela fechou os olhos da outra
E a outra não abriu.
Julia Duarte.
7 comentários:
Nossa, que lindo e triste ao mesmo tempo...e fala de um modo simples e bonito, sobre algo que acontece nas nossas vidas e que é sempre tão doloroso né!Parabéns Julia...é lindoooooooo...adorei!
As flores são assim sazonais, temperamentos imprevisíveis. são as mulheres que isnpiram as flores? Ou é o avessso?
best of.
ahhhhh...o amor. esse amor.
Adorei o blog.
Li e fiquei encantada com tanta sensibilidade.
As poesias são lindíssimas.
Vocês estão de parabéns pelo lindo trabalho.
"Blogar é construir pontes de amizade e conhecimento no espaço.
Você fez sua ponte hoje?"
Vamos construir pontes juntos?
Feliz dia do blogueiro.
Belíssimo a dualidade, as floes delicadas como as multifacetadas mulheres...
um abraço
Cintia Thome
Oi Julia companheira de dia de poesia, que as flores sejam e-ternas.
essas mulheres, duas em uma, duas em todas, umas fecham,outras acordam...ah, que lindo poema!
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