o fim para os olhos
o nascimento dos olhos
é motivo para festa
− jamais haverá de novo
janelas como estas −
de carne em roupa de linho
parede pintada de frestas
ao menos em seu início
de honesta transparência
com o passar dos vícios
as muitas horas funestas
a simplificar o ofício
une os contornos agrega
as cores os corpos os riscos
sobrepõe as diferenças
e quando a preguiça de viço
nem a droga recompensa
parte-se em busca das lentes
vidros que a dor sustenta
e segue se corrigindo
o que os olhos não agüentam
graus e graus sucessivos
tentativas de aumento
até não se ter artifício
para tudo que atormenta
e sem o menor alarido
repousar-se sob as vendas
cegos para o infinito
que a escuridão desenha
− jamais haverá de novo
janelas como estas −
descoberta
quando eu tinha cinco anos
disse a menina de sete
descobrindo o saudosismo
13 comentários:
Que saudades de ti! Agora me contento aqui e no my space! ;-). Bjoka e viva a arte! Lúcia.
muito bom, Guto! Paarece Cora Coralina,rs
Janelas como estas são mesmo raras descobertas.
Sempre excelente sua poesia.
eu chego lá
Um poema bastante interessante, tive que ler mais de uma vez para tentar entendê-lo. O segundo, "descoberta", é impagável. Abraço.
realmente jamarais averá denovo....
amigo(a)fugingo um pouco do poema...são tantas coisas que aconece em nossas vidas...que não averá denovo..
principalmente nossa infancia...
lindo poema....
Gostei demais, musicalidade bandeirina. Síntese mantendo sonoridade e sentido é coisa difícil em poesia
Adorei, Guto!
Janelas que abrem e fecham na medida da nossa euforia!
Beijo!
Parafraseio a Adriana: 'descoberta' é impagável!
E que descoberta...
E que Dia!!
E eu aqui que nen sabia desse POEMA DIA, vou voltar de noite e de manha também, qualquer desses dias aó.
Abraços
fui lá longe buscar sonhos.
o veículo?
seu belo poema.
valeu, guto!
o nascimento dos olhos
é motivo para festa
− jamais haverá de novo
janelas como estas −
de carne em roupa de linho
parede pintada de frestas
Nossa, Guto, "o fim..." é muito bonito!!!
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