imagem: www.luso-poemas.net
Vendaval de idéias,
roupa suada no corpo,
cigarro entre os dedos,
olhos a vagar através da janela.
O gosto amargo que resiste na língua,
meio que a transgredir a outros gostos
que também resistem,
persistem,
tatuam.
Gostos de copos,
de peles,
de bocas,
de sangues.
Enquanto cães cambaleiam pela rua
com os mesmos gostos nas entranhas,
quiçá o mesmo torpor de pensamentos,
e olhos a vagar através de outros vidros.
A permissividade de sentirmos gostos como eles,
ou eles como nós,
ou simplesmente todos
as mesmas amarguras na língua.
7 comentários:
Parabéns Diego. Parabéns Flávio. Parabéns a toda a vossa excelente equipa.
Vou mesmo de estar mais atento às vossas publicações nesta Uviversidade Virtual.
Um grande abraço para todos.
António
Muito bacana você situar fisicamente uma amargura existencial... O poema é ótimo, parece cinema!
Bonito esse poema. Gostei muito. "Enquanto cães cambaleiam pela rua
com os mesmos gostos nas entranhas", especialmente esses versos.
Nas entranhas
Na língua
Persiste
o amargosto
de teu verso...
Pensamentos entorpecidos dos cães? Isso que é coragem. Trangrediu a linguagem com um vendaval de versos sobre o sentir como os animais. será?
Falando em gosto, gostei um montão!
:-)
as mesmas amarguras na língua.
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