Cortei o cabelo a navalha
Agora, minha história desfiada
Vê-se nua em pelo, no fio das horas,
Toda ela na minha cara
Explode meu perfil em camadas
Inteira, entalhada na fresta do presente,
Minha história é rua larga,
Via de mão dupla sem calçadaE cada passagem, cada camada
Passadas
Cabem no meio fio da face
A última década enrolada,
Pesa camuflada no batom desejo coral
Cobra pronta, aninhada no musgo do tempo,
No verde do muro e no côncavo da boca.
Cobra criada pra dar bote e beijo
Nos pés de um futuro que lateja
Música:
Autumn Leaves / Cannonball Adderley with Miles Davis
11 comentários:
Simplesmente ....lindo adorável.
como os ara's os ada's, as coisas, os fios se embricam, se alastram. Como funciona o poema. Poema. Ê!
Poema completo, com força, dinâmica, enredo e riqueza de forma e conteúdo de palavras muito bem casadas. Tuas rimas são ímpares e ainda melhores porque quase imperceptíveis para o mau leitor.
Essa Compulsão Diária é cobra criada! Parabéns pelo poema!
Folhas de outono cada uma uma estoria, na face que ainda se faz
outra estória a do riso e do agora
Beleza de poema CD! bjbj
Cintia Thome
Muito bonito e forte isso daqui. Um antagonismo presente sem ser pesado, um gosto de poesia.
Como bem disse o Marcos, um poema completo: com todos os elementos.
Parabéns!!
...belo gosto musical, fotografia sensorial e que construção poemal...
Animal!!! Nossa cobra coral!
Marca Registrada!
Bjs
Obrigada a todos. Nessa nova fase do Poema dia, dois a cada dia, receber tantos comentários é um presente e tanto. Vejo que a maioria aqui não faz crítica , prefere elogiar. Aceito, com grande felicidade os elogios. E gosto de leituras mais críticas também. Sei que falta tempo. Quem quiser e puder. Agradeço
Maravilhoso poema.
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