segunda-feira, 8 de julho de 2013

BREVE ESPAÇO ENTRE O DELÍRIO E O SONHO QUE MOVE MOINHOS

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eu não deixaria de olhar pra onde ela parasse | isto ela sabia. | parou | inteira | deixou escorrer um misto de mistério e vontade. | num simples gesto | ela começou a retirar o colete à prova de abraços. | era uma explosão de sensualidade | exalando tal qual o perfume da própria pele | antevendo uma gota de êxtase | a escorrer sorrindo. | o barulho do velcro | do colete à prova de abraços se abrindo | encheu aquele instante que insistira ser uma dose de silêncio partido ao meio. | olhei aquilo | aquela coisa toda em que ela se transformava quando desvestia o traje de gala. | olhei | com meu melhor olhar desejante | olhei e imaginei tantas outras coisas | daquelas coisas que imagina quem quer abreviar o tempo | entre a loucura e a razão dos sentidos. | era pra ser assim e assim era | uma viagem de ida | sem passagens de volta. | quando vi já havia perdido a conta de quantos eram os abraços | sussurros | e beijos seguidos de arrepios. | quando dei por mim | o colete à prova de abraços que ela ousara usar | ganhara o chão da rua | naquela tarde quente. | numa rua madrilenha | almas e corpos ficaram deliciosamente nus | ardendo na felicidade do reencontro | na magia que é capaz de devolver | sem medos | o brilho dos sonhos que é de cada um | que é pra todo dia... [CléberCamargoRodrigues]

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu não sei por onde você anda...
Mas sei que você ainda gosta de mim...

Sei que com outros você se deita... Mas nenhum tem o calor do meu corpo que te aquecia em uma calmaria sem fim...

E mesmo com esse sorriso estampado... Nas fotos e nos porta retratos... O seus olhos não brilham mais como brilhavam para mim...

E você luta contra o seu pensamento concentrando-se no barulho do vento mas quando o silencio toma conta do tempo o meu rosto invade seus sonhos causando um tormento enfim...

Lavi