Não tenho voz de queixa pessoal, não sou
um homem destroçado vagueando na praia.
Drummond
por
certo não sou digno da poesia
é o
que se comenta
nos
pequenos círculos
não
comi a flor de lótus
tampouco
sai às ruas chapado de rivotril
também
disso estou certo
– eles
o dizem, por que duvidar –
não
evitei o amor
essa grande balela
sequer
morri de tuberculose
(nos
corredores de uma sinistra biblioteca)
é o
que se comenta
quem
sou eu para duvidar
não
me matei (ou matei alguém)
pelas
palavras – ai, palavras, ai, palavras,
que
estranha potência a vossa, etc e tal –
muito
menos tive a Grande Visão
não
vendi armas ao rei da Abissínia
ou
cruzei o país
–
vagabundo em um vagão –
no
encalço do Sublime
.
.
3 comentários:
Rasgar o verbo!!! Amei!!!
Beijos.
muito bonito! parabéns
Olá,
Sou escritora amadora e mantenho um blog - "Contos nojentos". Indiquei o seu blog para a "Campanha de incentivo à leitura", ficaria demasiado contente se você participasse.
http://contosnojentos.blogspot.com.br/2013/04/campanha-de-incentivo-leitura.html
Atenciosamente.
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