terça-feira, 20 de novembro de 2012

racismo

o filme era de orson welles
e Almir o único negro naquela sala de cinema
de  ipanema

no ar desconforto silencioso
pelo fato de haver um invasor
quase  alienígena

cena mais forte
do que as verdades e mentiras da tela
acontecia no palco escuro

não disfarçava – se olhares e resmungos
explicito ataque
ao abusado transgressor

éramos dois intrusos naquele lugar
porque dessa maneira tratavam
negros e brancos pobres .

2 comentários:

Fanzine Episódio Cultural disse...

O SONHO NÃO ACABOU

Escrevi um poema na areia
Cheio de nuanças
E de contratempos,
Ora inspirado pelo mar
Ora trazido pelo vento.

As ondas rebateram
Exigindo também o seu lugar,
Nem que fosse ao lado
Do ponto máximo do fim.

As gaivotas sobrevoaram
Em círculos provocantes;
Enciumadas de contemplação,
Pousaram sobre palavras-chaves,
Tornando meus versos incompreensíveis.

A noite foi surgindo sem pressa,
Permitindo que eu terminasse;
Mas a lua, cheia de inveja,
Se negou a iluminar.

Ela enfeitiçou o mar
Que sob seu encanto libertou a maré;
Enfurecido, eu a agredi em vão...

No dia seguinte, cabisbaixo,
Retornei à praia
Para ver o que tinha restado:
As ondas estavam calmas
E as gaivotas sobrevoavam felizes.

Caminhei lentamente pela areia
Quando, de súbito, meu olhar se aviltou
-Apenas uma frase o mar me deixou:
O sonho não acabou.

*Agamenon Troyan poeta brasileiro, autor do livro (O Anjo e a Tempestade)

Anônimo disse...

Muito bom companheiro, obrigado pelo comentário. Abraços