quarta-feira, 8 de agosto de 2012

EU NÃO SEI O QUE DIZER ÀS PALAVRAS




Tem 07 chaves, cada palavra que cismo escrever. Porta aberta, silêncio quebrado e puro desafio, um kg e meio de desafio e êxtase – pra ser bem mais exato. São palavras que aliviam o peso do mundo que carrego nas costas.
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De tanto querer aparecer [aprender], danadinhas que são e teimam de vir a serem, palavras acabam pulando pra dentro de poeminhas, textículos, rabiscos em qualquer papel e lugar, mal traçadas linhas, alamenórdulas sem gracistas de toda sorte, frasinhas de dizer alguma coisa e coisa nenhuma.
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Palavras removem minhas tripas dizendo que estou com fome, doem meus bagos quando não sei o que dizer, usam meu peito cabeludo pra dormir aconchegadas, beijam minhas orelhas quando sussurram nos meus ouvidos de ouvir besteira, alisam a tampa da minha cabeça, refrescam minha nuca, olham minha careca, descalçam meus pés cansados, relam nas minhas coxas, ouvem minha boca de dizer sorrisos e abrem meus olhos de desejar bons dias. 
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No fim de cada tarde, quando a lua anuncia a noite beijando o quintal de minha casa, palavras deixam meu corpo quase todo tatuado de puro amor / ardor / ar / dor.
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Elas nunca foram embora, nunca me abandonaram, apenas descansam sem pedir benção, sem pedir licença, sem pedir nada. Traquineiam, escorregam, escorrem, correm, morrem, nascem, renascem, rimam, remam e riem pertinho de mim.
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No final de tudo, que é início também, eu não sei o que dizer às palavras. Sei que ficam ecoando a ternura e a generosidade com que sou abraçado por elas, apenas isto, só isto e tudo o que mais houver no silêncio das horas, no silêncio da vida...

[ Cleber Camargo Rodrigues ]


2 comentários:

muriloha disse...

sensacional

ilhas não damos registo disse...

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