domingo, 19 de fevereiro de 2012

Um canto para Paul Celan


Paul Celan


Eu me perdi no pó durante a caminhada.
Hoje, descaminho pelo vão da estrada!

Paul Celan cristalizou-se intuitivo,
o Sena levou-o em sufocante abraço.

Eu, aos gritos, vejo a poesia sufocada,
meu ato de contrição indolente.

As sombras carregam Paul,
forçam-no a cavar seu próprio túmulo,

sufoco do tempo, silêncio.

Assim o tempo é mais tempo,
e meu tempo é ampulheta imprecisa.

Sorrio um sorriso escasso e tímido
metade de mim grita um silêncio desmedido
e os outros pedaços estão expostos na calçada.

Um comentário:

Francisco Coimbra disse...

A Poesia como diálogo e construção poética, parabéns!