(imagem:Netinho Maia)
Ao falso príncipe, ser incorpóreo,
semi - existente, quase lendário.
Ao imprevisto eclipse
que fingiu ser cúmplice
quando era adversário
e me corrompeu a sensatez
aos poucos.
Ao monstro agreste
que me obrigou a escolher um lado,
esquerdo, direito,
o que importa agora?
Invariávelmente era o lado errado.
Logo eu que sempre fui a Suíça,
virei tirana, doida varrida,
uma desvairada.
Fiz guerras civis, afrontei deuses,
vociferei e comprei brigas.
A ele, muito obrigada.
6 comentários:
Interessante e enigmático! Nos faz perceber que o desvairio não é de tão ruim assim, afinal, ser poeta é enxergar o mundo pelos olhos da loucura cosubstanciada em versos que, vez ou outra, significa apenas um suspiro de alívio ou uma vociferação contra o estado das coisas. Eu, por exemplo, certa vez fiz uma dedicatória à segunda-feira, dia ingrato e malfeitor!
ツ
ALAFIÁ!
Idade média bem atual, pois.
ótimo.
Muito bom, Sra. Perez(risos).
Sr. Amarildo, eu também fiz uma dedicatória à segunda-feira:
"O bom da segunda é que rima com bunda".Abraços
Flá, como sempre um bom poema. Esse, enigmático, poderoso.
obrigada!!!!
bjbjbj
Postar um comentário