Vejo, nos cacos do espelho,
vestígios das pétalas de narciso.
Tudo me parece intenso:
o ranger das pernas da cadeira,
o aroma do café amargo,
as roupas coloridas no varal...
Meus sentidos se confundem.
Poucas folhas me restam nesse outono solitário.
As mãos trêmulas seguram o retrato,
lágrimas, que se perdem no labirinto de rugas,
afogam-me de saudade
nessas paredes que me cercam.
Reminiscências inebriam, atordoam.
Quem dera a existência fosse eterna
ou que déssemos juntos o adeus.
És anjo e faço-me Ícaro.
Deixo nas palavras meu silêncio,
meu grito mudo,
e na gélida espera faço-me cinzas,
aguardando o reencontro
para dançarmos a última valsa
vestígios das pétalas de narciso.
Tudo me parece intenso:
o ranger das pernas da cadeira,
o aroma do café amargo,
as roupas coloridas no varal...
Meus sentidos se confundem.
Poucas folhas me restam nesse outono solitário.
As mãos trêmulas seguram o retrato,
lágrimas, que se perdem no labirinto de rugas,
afogam-me de saudade
nessas paredes que me cercam.
Reminiscências inebriam, atordoam.
Quem dera a existência fosse eterna
ou que déssemos juntos o adeus.
És anjo e faço-me Ícaro.
Deixo nas palavras meu silêncio,
meu grito mudo,
e na gélida espera faço-me cinzas,
aguardando o reencontro
para dançarmos a última valsa
Isaac Ruy
Um comentário:
Bonito esse poema! Anjo e Ícaro, uma bela combinação! Bj
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