segunda-feira, 3 de outubro de 2011

POEMA - SYLVIA BEIRUTE

























CONOSCENZA

{o teu reconhecimento é a tua dependência},
não o deixes passar da fase da costura.
surge. insurge. inespera.
adquire expressões através do
eco difuso dos vegetais, coloca-te
nas ranhuras da madeira.
há uma vida imprópria algures.
pode não ser como aquela que espera
na plumagem de uma memória
por antecipação, mas protege o silêncio
e não deixa coagular o sangue.
{o teu reconhecimento é a tua dependência},
e quanto mais o memorizares
mais afastado estarás
dos lados obtusos de quem te deseja habitar
e da semêntica temporal
das pessoas que te pedirão um
poema bonito,
e nada pior do que escrever
um poema bonito.

Sylvia Beirute
4Águas, 2011
.

5 comentários:

Paulo r. disse...

inspirador e diferente.

Cliceli A.Kovalski disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

quem nao tem medo não precisa comentar em anonimato querido.
Pra um jornalista... falta humildade. só o essencial

Sidnei Olivio disse...

Quisera eu ter escrito este poema Sylvia. Fantástico! Beijo.

BAR DO BARDO disse...

Escreveste um poema bem bonito. Digo, bem estruturado.
Felicidades!