quinta-feira, 2 de junho de 2011

SEM NOME

Como se chama esta fúria que emana
que emerge meio santa meio cigana
que aumenta as garras, o calor e a força
quando me adoço com o mel da tua boca

e alago todo o teu recato, toda a tua poça
onde nos transbordamos em longos gemidos
infinitos? Que obriga que a gente se contorça
nesta cama — território feito fosse o paraíso?

Como se chama esta erosão repentina
que abre tua fenda outrora escondida
que elimina tenente os nãos do vocabulário
quando me visto com o teu suor almiscarado

e trafego éter sobre teu corpo, teus cálices
onde nos derretemos em longas soldagens
ardentes? Que decreta o fim das miragens
neste antideserto — reino dos mil oásis?

Como se chama esta coisa sem nome
esta dor às avessas que nos consome?

2 comentários:

João Vitor Fernandes disse...

Alguns costumam chamar de amor.


Abraços!

Joe_Brazuca disse...

putz !...adorei !

abraço