sexta-feira, 10 de junho de 2011

Rotas e Istmos
ROGERIO SANTOS

minha verdadeira casa
é onde mora a poesia
na gente no mundo
nas veias abertas dos rios

nas folhas ao vento
na fruta caída do pé
nas falhas da Terra
quintal de chão batido

redemoinho de saci
trator-de-lata-de-óleo
grão de areia e matacão
elã de vulcões e geleiras

aviões e barcos de papel
ritmo de rotas e istmos
estrada de mares e céu

nas palavras salva-vidas
nos luares pára-quedas
e no brilho dos olhares
quando miram estrelas

quando o abraço é uma teia
e a boca um copo cheio
quando a sede é de saliva

Um comentário:

Joe_Brazuca disse...

é a vida e seu colóquio, fazendo nossa poesia de cada dia !

muito bom !