segunda-feira, 27 de junho de 2011

a palavra

não escrevo o que vejo,
também não escrevo o que sinto
e as palavras que se elaboram
no carbono são milagres da existência.


não escrevo o que quero
tão pouco o que não quero.
partenogênesis eloquentes,
tímidas.
quimeras imprecisas
reformulam muletas de verbo em carne.


ecoam, reverberam...


...na liturgia secreta das palavras
peco a minha forma orgânica.
torno a ser o que crio,
e creio na palavra.


na expressão exata do que sou,
sem consciência,
transito nos primeiros carbonos
da Página.


m.s.n.

3 comentários:

João Vitor Fernandes disse...

A palavra define quem somos. Nossa arte é espelho da nossa alma.



Abraços!

Ana Ribeiro disse...

Palavra: liturgia, cinza, brasa, faca. Sem dúvida, viva.

Anônimo disse...

a múltipla função do verbo

e

reverbera...