terça-feira, 3 de maio de 2011

harpa - Gavine Rubro

[para os amantes,
 para que não deixem
de amar]




lá de dentro ouve-se uma harpa

abre-se a palma da mão em frente à boca aberta
e o bafejar quente apodera-se dos poros
das linhas da mão e do corpo frio.

aconchegam-se as duas pernas nuas na coberta
e substituem-se serenos os soltos calafrios
na arena da noite irrequieta.

são dela os suculentos lábios
na palma da minha mão
é dela em mim
o corpo
superlativo
supremo
a qualquer coberta de algodão nas minhas pernas nuas.

levaste-me lá para dentro
e juntos ouvimos,
dedilhada pelos dedos fortes do sentimento,
a harpa.

e juntos sentimos
que:
em tempos de frio
o amor é casa
em tempos de calor
o amor é praia;

em lugares de tempo
o amor é harpa

e para lá dos tempos e lugares
o amor, minha musa,
és tu.

Gavine Rubro
poesia inédita


*(poema postado
às 00:36 de 4/5/2011
- hora portuguesa)

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