sexta-feira, 25 de março de 2011
sombras
tenho um lado vil
assim, meio servil
que faz muito alarde
porque é mais covarde
um lado falso
completamente canalha
que ajuda empurrar,
vestindo a mortalha,
o inocente do cadafalso
um lado que espezinha
sorri à navalha cortante
se achega sempre distante
astuto se acerca, se avizinha...
um todo tanto obtuso
de um sorriso escabroso
que usa sempre o abuso
e se lastima medroso
um lado que fede perfume
maquia com betume
disfarça a pele flácida
e se mantém plácido
ao cheiro do curtume
de pura peçonha
que baba na fronha
só tem pesadelos
de arrepiar os pelos
e finge que sonha...
um lado de unhas sujas
mãos sempre meladas
carimbos de garatujas
obras perenes e inacabadas
eternamente infame
que só se dá ao reclame
que se esconde na noite
acaricia com açoite
e provoca o enxame
um lado tanto gelado
que se esgueira de lado
com porte adequado
nunca certo, todo errado
excêntrico , marginalizado...
um lado soberbo
por roubado acervo
com perfil escuso
de empáfia sórdida
nunca concluso
e polidez mórbida...
tenho um estranho lado
meio tudo, meio nada
personagem disfarçada
sempre camuflado
meio assim, meio assado...
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joe canônico,
joe_brazuca
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8 comentários:
esses versos sombrearam meu olhar
me levaram caminho de volta
naquela cidade luz,
onde as noites são estrelas e as sombras
são tapetes no chão.
Meu beijo.
Joe, versos ricos que podem facilmente se tornar em uma bela canção!
Um abraços!
obrigado, amigos !
abraços !
bom trabalho
esse é lado
nosso
osso
bom trabalho
esse é lado
nosso
osso
25 de março de 2011 17:34
eu tenho um lado
que desconheço
- mas sei que o tenho
:)
bj
ana
"só tem pesadelos
de arrepiar os pelos
e finge que sonha..."
Boa música-poema, brazuca!
abraço!
:))...obrigado, poetas !
abraços !
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