sexta-feira, 25 de março de 2011

Doce de março

Depois do pranto, o doce desencanto
Paz em dia de guerra e em dia santo
Voltei a ser o poeta que fala de amor
Mesmo nunca tendo amado ninguém
Sim, é como se não tivesse existido
Não é amargura, nem coração partido
É convicção plena, anestesia extrema
Ah, o doce tilintar dessa liberdade
Deixou meus ouvidos boêmios com vontade
E o coração fica buscando grandes paixões
Novas nações, intensas canções de bar
Deixa esse coração bater e a mente destoar
Mas quem é essa que veio sem avisar?
Será que quer te mostrar como é amar?
Anda feito você, só não quer sofrer
Eram pra ser só encontros casuais?
Armênia, Tucuruvi, Tietê, Consolação
Doce brigadeiro, jeito certo de segurar a mão
A espera no ponto, o atraso no encontro
O baton vermelho, o perfume, a foto no espelho
Quarta-feira, sábado e domingo
Cadê aqueles doces olhos castanhos
E os cabelos que a barba bagunçou?
Será que foi embora e não volta mais?
Peço desculpas se fiz o que não devia,
Falei em demasia, pensei o que não podia,
Se quis o beijo doce todo dia
Será que foi embora e não volta mais?
Se assim fez, me resta deixá-la em paz,
Mesmo sabendo que poderia ser muito mais.

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