Fotografia by Ben Goossens
"Cada um de nós para o tempo em busca do segredo da vida. 
O segredo da vida está na arte."
(Oscar Wilde)
Para Aldísio Filgueiras
Agora
  sob o silêncio em pedaços
  os
náufragos
no rio
náufragos
no rio
  que estua.
                          [Suas agonias jamais deixaram
de empregar nos cuspes afrodisíacos do remorso
de empregar nos cuspes afrodisíacos do remorso
                     as 
imutáveis transfigurações
imutáveis transfigurações
                               do antes-gôzo]
Quem foram eles?
 Triângulos etéreos, 
vísceras burguesas,
vísceras burguesas,
       sensualismos sodomitas...
Ah! 
Para os nossos redivivos
Para os nossos redivivos
   ― corpos lúbricos arrotados 
em cacho ―
em cacho ―
                é que o rio encefálico dura;
            e,
durando está sob a ordem de encher-se de nunquidades,
de ser um estuário de forças lagrimalescas,
durando está sob a ordem de encher-se de nunquidades,
de ser um estuário de forças lagrimalescas,
       de encher os epiléticos funerais de fogo 
e poder.
e poder.
Agora
    devagar com o andor
        que os nossos trôpegos em pêndulos
               são de barro 
                  e saliva.
Ah! 
― moinhos especiosos metamorfoseados ―
                       a simetria dos candelabros,
                                        a sincera-idade-que-vaza
                                     e a não de toda
                                   impenetrável
sofreguidão.
sofreguidão.
[Certamente
 todos nós já fomos
 ou seremos iludidos
 pelo próprio naufragamento 
do tempo]
do tempo]
Gozos futuros?
Esses colidirão um contra o outro
com chances de abrirem os olhos
a um novo
      velário espesso.
© Benny Franklin

3 comentários:
Falta ar, sempre, mesmo à tona - ainda menos às borbulhas abissais...
A poesia é a manifestação que tem como alma o sentimento, a mais profunda interpretação que o poeta pode ter do mundo que o cerca, passado, presente, futuro... das belas artes o ápice. Convido a ler uma poesia de minha autoria, escrita em 05/03/2011 e publicada em meu blog: http://valdecyalves.blogspot.com/2011/03/canto-vida-peregrina.html
Naveguei pelo poema sentido os seus meneios, sendo conduzido por um rio invisível.
Benny, um belo poema.
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