A despeito de embaraçar a visão do poema
resisto a revelar inverdade dos lírios de velórios,
dos abraços malbaratados dos náufragos
— mas que esforços sobrehumanos são necessários
para varrer o assoalho dos poetas?
— mas que esforços sobrehumanos são necessários
para varrer o assoalho dos poetas?
Urro a verdade das palavras
e ejaculo o poema ressequido
na gestação das flores estomacais dos invernos.
Bebo o ardor da falação
cujo excesso impede a resistência
cujo excesso impede a resistência
e de quem a fala ejacula a expiação da algema
(exceto a dúvida que resiste em pé)
pois trafego fora de mim
— pacato ser, ignorado poeta!
Ver-me entre eróticas lágrimas
e fluídos de fêmeas laudas,
é ver-me (impaciente) amamãezado;
olhar que mesmo castrado
cambaleia galado.
Instante; oh, instante!
Releio-me e, em surdina soluço
todos os orgasmos que conheço.
todos os orgasmos que conheço.
Reescrevo-me e, incontido nos papéis e jardins apiedados
(militarizados e sórdidos),
afugento o inverno que em mim mora.
Ver-me na emoção de benta chama,
Ver-me na emoção de benta chama,
é ver-me atado na consumação do vazio
— qual ácida carne em genuflexão mental —
para que não suceda que meu sangue
amargue o derradeiro fel
ou receba os alimentos
já assassinados!
By Benny Franklin
Twitter: BennycFranklin
By Benny Franklin
Twitter: BennycFranklin
6 comentários:
Transcende a visão e as metáforas. Grande Benny. Abraço.
Ilumina a poética em volúpias...
Encantador!!!
... o belicismo intra...
Caro parceiro de dia no Poema Dia, sempre um prazer te ler. Parabéns!
Esqueci mencionar a foto, um fato (facto brasileiro) e tanto!
Gostei muito Benny!
Me lembra as grandes poesias da geração beat.
Abraço e sucesso!
Postar um comentário