"E aquela num tom de azul
Quase inexistente, azul que não há
Azul que é pura memória de algum lugar"
Quase inexistente, azul que não há
Azul que é pura memória de algum lugar"
pintura: Beneath the Sargasso Sea - Henry Powers
topázio esse seu olho pedra úmida. lápis-lazúli. safira. água-marinha. impreciso humor de gemas. ímã que me suga via íris.
sonho oceanos. voo céus. viajo bocas. anos-luz em sua busca.
rastejo por um beijo que tivesse um blue. serpenteio anis delicadezas.
velvet. organza. voal. papel de seda. um toque tafetá. turquesa.
wide sargasso sea. deseo piscina. sede hortência.
à ana c : ceda.
sangre azul.
sangre azul.
valéria tarelho
** impreciso humor de gemas - os olhos de meu pai, que eram, ora azultodosostons, ora verde-água, conforme o humor.
*** deseo : o perfume do texto.
**** título a la caetano.
"E o céu de um azul
Celeste celestial"
Caetano - Trem das Cores
Celeste celestial"
Caetano - Trem das Cores
7 comentários:
adoro Azul.
Lindo!
Muito belo teu olhar nos olhos!
Parabens...
Valéria, belo diálogo com Ana C. e Caetano Veloso!
Bjs
Tinha que ser seu! : )
Muito bom!!!
É o meu poema da semana no blog. http://escrevinhamentos.blogspot.com
Mário de Andrade, quando vivo, instaurou o que ele chamou de Poesia Polifônica. Seria o jogar "motivos" no ouvido do leitor, e deixá-los soando , acoredes de dominante, sem resolvê-los na onica. Sugere-se metonimicamente um e outro elemento pelo traço comum que tem entre si: olho, boca, beijo, música - o azul. O azul, neste contexto poético, quebrou o chavão vermelho para amor e vida. Nele, amor e vida são delicada e surpreendentemente azuis. Por acaso caí no espaço. mas não consegui passar sem deixar registrada a beleza do momento. Imagem e poemas de muita sensibilidade. (Ah. Eu não sou um robô. Sou uma voz que atravessa as brumas entre os mundos e dança ao som da luz percebida. kkkkkkkkk)
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