quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vestes que levitas - Gavine Rubro


Vestes que levitas


desligo o som
faço a hetero-combustão
a ponta da faca sangra
e oiço o medicamento que é a palavra.
a roupa cai
desejava levitar para lá dos músculos.
no alvorecer da confissão
acorrento-me à cor da ferida
com a poção viscosa anti-delírio.
há tinta a mais na tela
e lençóis a menos na cama dela.

Gavine Rubro

5 comentários:

Daniel Braga disse...

Lindo poema! Parabéns!

Barone disse...

Muito bom! Excelente estréia!

Tenório disse...

Uau! Que combinação de imagens inusitada, que novidade! Muito bom!

Lírica disse...

Primeiro o silencio dá o tom ritualístico que submerge em drama na imagética de um sacrifício. Surge a palavra, surge a nudez, o território corpóreo, o desejo e seu desfecho maquinal. Mas tudo ainda se converte em sublime arte e em fazer parte...
Foi assim que senti.

Gavine Rubro disse...

Desde já o meu enorme agradecimento pela oportunidade de partiha7aprendizagem neste blog. Agradeço os comentários a todos, isso só me apimenta mais a minha criação. Ler, interpretar e continuar a escrever enquanto as mãos falarem por si e o corpo observar pela luz do simples. Cumprimentos. Estarei atento a seguir toda a poesia dos outros autores e a bebê-la como se bebe devagar e bem algo que se experimenta inicialmente. Longa vida à Arte, à Poesia.