um poema à hora do almoço
tecido em pensamento
sem caneta
teclado
guardanapo
um poema de sentir saudade
germinado entre folhas
de alface
hortelã
manjericão
diluído em burburinho
(afinal é hora do almoço)
na fumaça
de automóveis
e cigarros
é provável que se perca rápida
e definitivamente
entre a conta
e o último
gole do café
pois para que serve um poema
de saudade
(escrito
em pensamento
à hora do almoço)
senão para perturbar o apetite e
o coração
Márcia Maia
8 comentários:
E podes ter certeza de que abriu meu apetite para poesias e tocou meu coração! Beijos!
Sensibilidade saciada.
Namaste!
poema escrito na memória
alimento do coração
bjs
ns
Grande sacada na temática. Deu fome... hehehe...
Beijos.
«pois para que serve um poema
de saudade
(escrito
em pensamento
à hora do almoço)
senão para perturbar o apetite e
o coração»
Muito bem escrito,
sem rimas faceis ou quaisquer esquematização desnecessária na poesia. Reflexivo, retrata bem o que aquele que cria pensa e sente antes de o transpor para as linhas da caneta. Um bem haja.
Márcia, que bom poder ler um poema tão bom! Poema-saudade, em carne viva!
Abraços!
Beleza Marcia!
Bonito poema
bjs
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