segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Soneto XIII


É pau, e rei dos paus, não marmeleiro,
Bem que duas gamboas lhe lobrigo;
Dá leite, sem ser árvore de figo,
Da glande o fruto tem, sem ser sobreiro:

Verga, e não quebra, como zambujeiro;
Oco, qual sabugueiro tem o umbigo;
Brando às vezes, qual vime, está consigo;
Outras vezes mais rijo que um pinheiro:

À roda da raiz produz carqueja:
Todo o resto do tronco é calvo e nu;
Nem cedro, nem pau-santo mais negreja!

Para carvalho ser falta-lhe um U;
Adivinhem agora que pau seja,
E quem adivinhar meta-o no cu.


Manoel Maria du Bocage


3 comentários:

Rafael Castellar das Neves disse...

Eita!! Paulada, hein?!

boa sugestão, o texto! rs

[]s

Barone disse...

Hehehe. Bocage!

Anônimo disse...

... desconheço...

(But I love Boca!)