sábado, 27 de novembro de 2010

Réquiem

o homem cedo já desperta,
acorda.
um nó na garganta,
a perna bamba,
na garganta
o nó aperta.
a corda no pescoço coça,
roça o pescoço. enrosca.
rosto torso, face torta.
ombros frouxos. costas
mornas. eretas, as costelas
saltam às costas em vão.
buscam um vão que lhes caibam.
não há mais nada, nada
além da corda no pescoço,
a vida, mais que um esboço,
é pela morte eternizada.

2 comentários:

Lírica disse...

De fato, Marcos... aqui jaz a humanidade.Tudo está morrendo em nós... Tudo ficou dessignificado.
O nó da gravata é nó de forca, nó na garganta, nó que ata e sufoca... que nos tira do chão...
Amei suas metáforas!

Anônimo disse...

Mesmo vendo em primeira mão[ou não! haha]
Esse ficou genial,esse jogo de palavras está realmente ótimo.

Gabi.