A solidão não me era companheira.
Aproximava-se sorrateira enquanto eu
mistuava-me aos livros, aos filmes,
às canções e ao sono, como quem
aguardava uma manhã menos nublada
para levantar-se e caminhar pela rua.
Ignorava eu uma solidão muito mais
funda que nem a maior alegria detém
porque independe de fatos externos.
Uma solidão que se alimenta de si,
Sem fome, sem sede e com fadiga do mundo.
imagem Edward Hooper
9 comentários:
Lindo verso... a solidão inspira nas suas atuações em nossas vidas.
A solidão crônica, já naturalizada?
Só há um símile para esse Hooper, me parece: o interior do café de Van Gogh.
Débora,
que texto maravilhoso!
A maturidade
seria a grande responsável
por essa descoberta?
Uma solidão
"sem fome,
sem sede
e com fadiga do mundo".
[fadiga do mundo]
Beijo,
Doce de Lira
acredito que sim, Renata.
obrigada!
beijos
Débora
Belíssimo texto! É prosa ou ou é poema? Talvez seja um pouco mais.
O poeta (a poetisa) bisa usando o bisel, talha e entalha cada palavra, mas deixando-as fluir dá-as a ler, trabalhando a voz nesse gesto de escrever aqui com a espessura dum pensamento que não solta ideias, conduz o sangue num sentir (de ideias) deixando-as cor_rer... do ser. Gostei. Bjs
Que bom que o poema lhes chegou ao coração. Obrigada pelas palavras.
beijos,
Débora Tavares
www.debfernandestavares.blogspot.com
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