terça-feira, 5 de outubro de 2010

CERTEZA


I

beleza
o que dentro
de nós nos toca
com toda a certeza

II

a beleza confunde-se com a certeza
porque ela é nossa substância
e garante de subsistência
tanto mental como
espiritual
tanto das ideias
como dos nossos ideais
ela alimenta sentimentos reais
mas também a fantasia e a pureza

não é de definição fácil de se fazer
pois não é finita e fita o infinito
para bem longe do bonito
conceptual
pois existe viva e comovida
faz parte da experiência é vida
como mostra tudo que se dá a ser

III

distinta de tudo, em tudo presente
ela é da vida a maior das dádivas
feita do que se sente é improvável

alicerçada no gosto bem confiável
alimenta o juízo possível das divas
a quem as escuta crendo-as gente

4 comentários:

Sidnei Olivio disse...

Poema puro e, com ceretza, tangido de toda beleza. Abraço, mestre.

Benny Franklin disse...

Certeza de um fantástico poema.

Francisco Coimbra disse...

Caros poetas Sidney e Benny, sublinhei com ligações a "Diário de Letras": certeza, pureza, ser, improvável, gente, todas as palavras onde defino o fim de cada uma das estâncias introduzidas no poema, hesitei e não liguei a abertura do poema: beleza. Beleza é poder agradecer vossos comentários! Abraços

L. Rafael Nolli disse...

Eis um poema especial. Tem aquele fundo filosófico, sempre presente em seus poemas, Francisco, e vai além, com uma forma interessante e ótimos jogos com as palavras!
Abraços!