domingo, 12 de setembro de 2010

Será necessário ser açoitado para sentir a vida borbulhando com sua plenitude de silêncio e nada de razões, açoita-me então.

Esmurrar uma parede ou um homem,
Olhar uma casa ou uma planta,
Se apático desejo a degola de nem silêncio então.

O sofrimento e o prazer
dois extremos tocados pela mesma língua,
Linguagem então,
silêncio de razões
e zumbido de formas e determinações.

Que cansaço, repetir sempre esses vocábulos...
Porque o que é & não é,
O que está entre o que é & não é,
O que está antes e depois do que é & não é,
Não é dizível,
Não é linguagem,
Não é conceitos,
Esses alentos começam e terminam no homo sapiens,
Colecionador de mitos,
Criança assustada precisa de uma explicação,
de uma forma de losango cabendo numa forma oca de losango,
De um sentido que não é sentir é racionalizar o irracionalizável,
De uma moça e de um filho de um seio e de um estar fazendo algo de aparência útil,
De um caminhar para algo, não de um caminhar por si para si em si inserido no mundo.


Calar-me então
se calar é ser por si
para si
em si
como si
sentido fosse ser silêncio do calar-se então

2 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

sem palavras... perfeito, harmonico...

L. Rafael Nolli disse...

Sempre um poema profundo, Sérgio!