quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Novelo

Como um novelo
a correr pelo tapete,
vi minha alma nua
e cantada em falsete,
se perder no tempo
e orbitar na lua.

Num choro mudo
qual um vazadouro
em noite escura,
guardei sob escudo
folheado a ouro,
a minha ternura.

Até que na tarde
pintada num azul
“papel de maçã”,
chegastes em alarde
trazendo do sul
um fio de lã.

Tecendo abraços
em pontos precisos
em cada madrugada,
me destes os passos
bordados em risos...
com o fio da meada.

4 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

o bom do novelo é que através dele achamos o caminho, o fio.

grispino disse...

Olá! Parabéns pela beleza do blog! Visite o nosso também! Aguardo sua visita! Abraços!

PASSAGEIRA disse...

Quão precioso é saber guardar-se na ternura, para o dia esperado.
Lindo despertar ao caminho.
Parabéns!
Suas entrelinhas são pequenos pedaços de esperança.

Abraços...

Francisco Coimbra disse...

... o fio da meada destes versos, muito bem bordados! Parabéns